quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Ciganos - O trauma histórico parte I



 Vou colocar neste espaço, um artigo muito bem elaborado acerca da história da descriminação dos ciganos, que colocarei em três posts separados. Trata-se de uma reportagem bastante completa tirada do site da jpn, a que poderão aceder no final do 3º o artigo, pois deixei lá a ligação. ;)

 A falta de conhecimento dos valores e do modo de vida da população cigana faz com que esta seja uma das minorias étnicas que mais sofre os efeitos da exclusão social.
Foram várias as perseguições contra os ciganos portugueses ao longo dos anos, nomeadamente:
- A expulsão para Espanha;
- O açoitamento em praça pública;
- A expatriação dos homens para as galés por períodos de três, seis ou dez anos ou para toda a vida;
- O estabelecimento da pena de morte;
- O embarque forçado das mulheres, homens e casais para o Brasil e para África;
- A proibição do uso da língua, do traje e das suas profissões tradicionais, como a feira;
- Apropriação legal dos seus bens e mercadorias.
Alguns chamam-lhes gypsies ou "zíngaros", outros chamam-lhes Roma ou simplesmente ciganos. A origem desta minoria étnica não é consensual entre os investigadores. O senso comum acredita nas lendas que lhes são contadas sobre as raízes do povo cigano. No entanto, alguns membros da própria comunidade acreditam na teoria segundo a qual o seu berço foi a Índia de há três mil anos e de onde foram expulsos.

8 comentários:

Unknown disse...

peço desculpa mas estas completamente enganado acerca da historia do povo cigano.
nada do k esta ai descrito tem pont de verdade.
absolutamente nada!
primeiro: o trabalho dos ciganos nao sao as feiras!
eles estao nas feiras a pouco mais de 40 anos..
so nisto ja estao a mentir..
por favor...
nao inventem!!

Gitelles disse...

amigo Gustavo, primeiro, aprecio o interesse mas gostaria que me disseses qual a realidade do povo cigano entao já que eu como cigano nao sei, talvez me possas ajudar. Mais a mais este artigo foi retirado de outro site de jornalizsmo onde li e concordei.

A vida do cigano de facto sempre tem sido as feiras, apenas os produtos podem variar conforme a epoca ou local, nao sei que confusao é que estas a fazer, mas seja como for aceito qualquer inserção de nova informação para procurar completar o que se sabe acerca do meu povo.

Fico à espera que me des algo mais com pelo menos alguns pontos para considerar com respectivos argumentos mais do que "nao é assim".

Obrigado.

Rosa disse...

"A falta de conhecimento dos valores e do modo de vida da população cigana faz com que esta seja uma das minorias étnicas que mais sofre os efeitos da exclusão social." - Talvez... mas como conhecer então? Esse é o meu dilema de momento, já que vou trabalhar com meninos ciganos e quase não sei nada sobre o seu mundo. Há entre nós uma barreira que quero quebrar e não sei como. Como incentivá-los a desenvolver-se? Que temas lhe interessam... Simplesmente não respondem às perguntas que lhes faço. Talvez não esteja a perguntar da forma correcta. Como o fazer??

Gitelles disse...

Amiga Rosa,

a interacção com individuos de etnia cigana pode parecer dificil e muitas vezes até pode assustar, mas a melhro maneira de enfrentar essas barreiras é talçvez lembrar-se que os mesmos medos e apreensões estão patentes nos dois lados.

Não lhe posso dar uma resposta concreta, mas há que saber jogar um pouco. Por um lado as crianças ciganas tem já um conjunto de valores que é diferentes das demais.

O melhor é mesmo procurar conhecer que valores são.

De resto, são miudos como outros quasiqueres, com a mesma natureza intriseca, os memsos gostos,a mesma fome de aprender, de brincar, enfim.

Quando começar a conhece-los melhor, com a convivnecia vai perceber , apenas não desista.

Eu como cigano tive de enfrentar a diferença de outra perspectiva, mas perceber os valores dos outros meninos e meninas nao-ciganas e dar a conhecer os meus, criou uma ponte. E hoje tenho amigos entre os nao-ciganos tambem.

Apenas use o que sabe, e contribua para que se sintam iguais aos demais. Muita gente, mesmo sem querer trata-los de maneira diferente, o que aumenta o sentimento de diferença que não devia haver.

Contudo é preciso respeitar a individualidade de cada um, e a colectividade dos individuos de etnia cigana, pois temos a noçao de povo bem definido, e às vezes o querer tornar todos iguais vai ontra esta identidade tao propria o que pode criar conflitos.

Desejo-lhe a melhor sorte nesse travalho/projecto e espero que dê noticias. Sei que me alonguei um pouco...

não se iniba de perguntar o que quer saber, aos poucos vai aprendendo. ;)

Qualquer coisa posso tentar ajudar.

Boa sorte.

Rosa disse...

Boa noite,

Que os meninos ciganos são crianças como as outras eu sei. Que têm a mesma alegria, meiguice e generosidade, também sei...
A minha preocupação consiste em saber como os motivar para se desenvolverem cada vez mais, para estudar.
Ao longo destes anos a trabalhar numa escola onde estudam crianças ciganas, me pergunto porque não vemos nenhum a prosseguir estudos. Onde está o erro? Quer dizer, parece que a escola não lhes consegue dizer nada, não os cativa.
Este ano, pela primeira vez, após 25 anos de trabalho, tenho uma turma com 7 meninos ciganos e 6 não ciganos. A convivência entre a turma, e com os professores, é boa. Vejo que todos me chamam e perguntam: "É assim? Fiz bem?" E vejo também que querem aprender. Portanto, a base para que tenham sucesso está lançada.
Mas, receio que a falta de conhecimento que tenho das suas realidades possa ser um obstáculo...
Foi essa a razão que me levou a pesquisar sites onde lesse sobre a sua cultura. E foi essa a razão que me trouxe à fala consigo.
Quanto a poder ajudar, quem sabe?
Dependendo do local onde se encontra, talvez fosse interessante se pudesse, um dia, deslocar-se à nossa escola e falar com os meninos ciganos e seus professores, ajudando na construção dessa ponte que tão bem soube construir para si...

Gitelles disse...

Não me importaria de lhe contar como foi construida a minha ponte, mas levaria algum tempo pois foi algo que levou anos e ainda hoje devo cuidar dela.

Eu sou de Lisboa (na veradde fico a 50 Kms de Lisboa - entre 40minutos de carro e 1h30 de autocarro).

Mas algo que foi importante no meu percurso foi a luta dos professores para que não desistisse, e hoje todos eles são uma parte muito importante nessa ponte. Isto porque, alem de me darem motivação e terem reconhecido o meu potencial, ainda insistiram para com os meus pais, principalmente a minha mãe que era muito ceptica na altura. Com todas estas insistencias e motivações consegui provar-me um bom aluno.

Para que os alunos, os interessados, prossigam, é importante falar e ter o apoio dos pais. Isto porque se os pais não quiserem é muito dificil para um filho prosseguir. Não é só uma questão de educar os filhos é tambem de mudar um pouco a mentalidade dos pais com respeito è escola, e nestes dias isso tem acontecido.

Hoje em dia deparo-me com varias pais que querem mesmo que os filhos estudem e prossigam e é o que acaba acontecendo.

Por isso, Amiga Rosa, pense em ter uma reunião com os pais dos meninos e saber se tem como interesse que os filhos prossigam, se assim for é pedir-lhes a colaboração em casa para que os filhos se apliquem, ou caso contrario mais tarde o alunos não veem motivação para estudar porque estão com aquela de seguir o trabalho dos pais - se for este o caso relembre-os de que a vida nas feiras já não é como antigamente e que para poderem ter alguma hipotese no mundo do trabalho há que ter estudos, mesmo que só queira montar um negocio no futuro, o estudo é muito importante para se ter uma boa preparação.

Estou a dar-lhe alguns argumentos, mas creio que já os conhece todos, mas seja como for, os pais são uma parte muito importante, se os filhos sentirem o apoio dos pais vão aplicar-se redobaradamente.

Para finalizar, não me importaria de ir À sua escola e tentar ter esta conversa com os pais dos alunos e seus filhos, se achar caso disso. Seria uma questão de combinar uma altura propricia a todos.

Dou-lhes desde já os parabens por essa preocupação, se houver mais educadores como a senhora, e os que eu tive a sorte de encontrar no caminho, docentes que realmente querem educar e contribuir para que se consiga algo novo, Portugal será um local muito melhor para se viver entre culturas.

Desejo-lhe toda a sorte do mundo para o seu projecto.

Lf disse...

Boas, queria desde já dar os parabéns a administração de este blog.
Tenho andado a navegar neste blog já algum tempo tenho e fiz download de musicas, vi vídeos, vi quase tudo mas hoje reparei neste neste titulo e andei aqui a ver os comentários e não deixei de reparar nesta conversa que emocionou um bocado ao ler isto. Porque já passei um bocado isso... Também sou cigano.
Abraço

Gitelles disse...

Amigo Lf obrigado pela participação, e por ter partilhado a sua opinião tão positiva deste espaço.

Como é cigano e diz ter passado pelo mesmo posso tirar dai que estuda ou estudou, tal como eu...

É ver o que está a ser feito (participar se for possivel) e esperar que a realidade mude e se torne mais facil a integração social dos individuos de etnia cigana.

Só é pena que aja esta pressão para a reeducação ao invés de uma complementação cultural. Pressão essa que torna tudo muito mais dificil por vezes.

Obrigado por passar por aqui.

Abraço.